Saudade (Os crepúsculos de Maruri - Crepusculário) (Pablo Neruda) Saudade – Qué será... yo no sé... lo he buscado en unos diccionarios empolvados y antiguos y en otros libros que no me han dado el significado de esta dulce palabra de perfiles ambiguos. Dicen que azules son las montañas como ella, que en ella se obscurecen los amores lejanos, y un noble y buen amigo mío (y de las estrellas) la nombra en un temblor de trenzas y de manos. Y hoy en Eça de Queiroz sin mirar la adivino, su secreto se evade, su dulzura me obsede como una mariposa de cuerpo extraño y fino siempre lejos — tan lejos!— de mis tranquilas redes. Saudade... Oiga, vecino, sabe el significado de esta palabra blanca que como un pez se evade? No... Y me tiembla en la boca su temblor delicado... Saudade... ___________________________________________________ Saudade... - Que será... eu não sei... tenho buscado em certos dicionários poeirentos e antigos e outros livros que ocultam o significado dessa doce palavra de perfis ambíguos. Dizem que as montanhas são azuis como ela, que nela empalidecem longínquos amores, e um nobre e bom amigo meu (e das estrelas) nomeia com os cílios e as mãos em tremores. E no Eça de Queiroz sem olhar a adivinho, o segredo se evade em sua doçura e sede, como essa mariposa, corpo em desalinho, sempre longe - tão longe! - de minhas calmas redes. Saudade... tens, vizinho, o real significado dessa palavra branca que, peixe, se evade? Não... treme na boca seu tremor delicado... Saudade... |